A entrevista a seguir foi publicada originalmente no site da Globalcode.
1. Como foi o JavaOne 2009 ?
Como diria o velho mister Spock: Fascinating!. Foi incrível participar deste mega evento lá nos USA. Pude ver os gurus do Java, aqueles que só conhecemos como autores de livros e de APIs do Java. Pude notar que são pessoas tão normais e mortais como nós, além de estarem numa faixa etária um pouco além da maioria dos nossos desenvolvedores. Todos estavam sempre dispostos a promover networking e responder as nossas questões sobre a tecnologia Java. Contudo, fantástico mesmo foi participar da entrevista com o Rod Johnson (o criador do Spring Framework). As considerações dele sobre o Java EE e o Spring foram legais. Breve veremos novamente as opiniões dele na Java Magazine.
2. Quais foram os assuntos mais falados no evento ?
Não vi algum anúncio de novidade bombástica da tecnologia Java neste JavaOne. Contudo, a palavra chave foi "Cloud Computing" com muitas palestras suportando este tema, tanto no JavaOne quanto no CommunityOne (versão gratuita do JavaOne realizado no primeiro dia). Também notei que o JavaFX foi bastante reforçado pela Sun através de diversas palestras e demonstrações nas "general sessions". Os mesmos assuntos relacionados a Java EE 6 foram discutidos, como EJB 3.1, JSF 2.0, Servlets 3, JPA 2 e muitos comentários sobre modularização e OSGi. Mas, a palestra sobre Spring 3.0 lotou e bombou, resultando logo em seguida no comentário do Rod Johnson no seu twitter: " (...) Pity so many people who wanted to attend couldn't get in". A novidade veio mesmo do conhecimento sobre o chamado Spring Roo que permite a geração de código para aplicações baseadas em Spring a partir de templates. Esta ferramenta poderá se tornar um grande concorrente ou parceiro do SuperCRUD, quem sabe?!
3. Sobre o que foi a apresentação de vocês ?
O objetivo da nossa apresentação foi mostrar e consolidar os resultados dos nossos projetos de Trainamentoring realizados no ano de 2008 e 2009 na Globalcode. Ou seja, apresentamos o resultado da nossa experiência na modelagem de arquiteturas de aplicações baseadas em Java com Java EE e frameworks. Com isso comentamos os requisitos não-funcionais normalmente importantes para um projeto e para empresas do nosso mercado. Tratamos de como as arquiteturas aplicadas por nós nos projetos puderam ajudar a endereçar estes requisitos. Cada arquitetura foi caracterizada com as suas vantagens, desvantagens e cenários recomendados para uso. Finalizamos esta apresentação com a demonstração do SuperCRUD como uma ferramenta "open source" que permite trabalhar com templates de código e todas as arquiteturas apresentadas para gerar uma aplicação CRUD numa velocidade quase superluminal.
4. Como vocês se prepararam para a apresentação ?
Esta preparação foi um trabalho árduo. Tudo começou quando recebemos a notícia da aprovação do trabalho no evento. Comecei revisando o inglês com um professor particular e aula diária de 1 hora. Preparamos os slides e o professor ajudou a revisar e preparar a fala em inglês. Criamos várias versões dos slides, fizemos vários códigos e demos nas várias arquiteturas e no SuperCRUD. Além de tudo isso, enquanto estávamos nos USA e até mesmo durante o evento, fizemos vários ensaios (alguns desses ensaios foram no Yerba Buena Garden, junto ao Moscone Center). Não posso deixar de citar que vários colegas e amigos americanos nos ajudaram a fazer uma revisão técnica e do texto em inglês dos slides. Agradecimentos especiais para o Joe Coha, Reza Rahman, Ed Burns e Felipe Leme. Também participamos do chamado "speaker coaching" promovido pela organização do evento. Um profissional em apresentações em público foi disponibilizado para os palestrantes fazer uma prévia da apresentação e corrigir detalhes de pronúncia em inglês, vícios corporais e movimentação, slides, etc.
5. Como foi o coaching ?
Para mim o "speaker coaching" foi muito bom. Saí de lá muito mais tranquilo para apresentar. O orientador deu várias dicas e nos falou que o inglês estava bom e o nosso comportamento em palco estava muito bom. Isso nos tranquilizou bastante. O curioso deste 'coaching' é que foi gravado pelo orientador e depois repassado num telão da sala onde nós pudemos nos observar e ouvir as orientações.
6. Qual feedback vocês tiveram depois da apresentação ?
Os feedbacks foram muito positivos. Tivemos várias perguntas ao final. Muitos desenvolvedores interessados nos nossos resultados (consolidados num slide final e comparativo das arquiteturas), além do interesse especial pelo SuperCRUD. O retorno foi tão imediato que a nossa palestra e o SuperCRUD foram comentados em blogs. Isto resultou num crescimento imediato do número de inscritos na comunidade do SuperCRUD.
7. Qual foi a melhor coisa do JavaOne 2009 ?
Na verdade duas coisas foram as melhores no JavaOne. A primeira foi a oportunidade de networking com vários desenvolvedores da tecnologia Java que atuam nos diversos cantos do mundo. A segunda foi a possibilidade de me atualizar com as informações mais recentes e com os profissionais responsáveis por criar e desenvolver as tecnologias Java. Mas, o melhor de tudo foi ter participado de uma feira de nerds e geeks chamada de "Maker Faire" que aconteceu em San Mateo/CA no final de semana antes do JavaOne. Infelizmente não tem nada a ver com o JavaOne nem com o Java. Então não considero exatamente uma resposta para essa pergunta. Mas eu não poderia deixar de citar e finalizar dizendo: Fascinating!
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